11 julho, 2008

Rascunho

Eu lembro de dizer um dia que "não ia aceitar só eu ser a culpada por tudo". E hoje eu fiquei pensando o quanto foi errado isso. Eu, talvez, tenha sido a culpada por tantas coisas, pelos meu jeito estúpido e por não conseguir ou dizer, até, que não queria mudar. Mas você sempre foi a base. Sempre nos sustentou juntos até o finalzinho das tuas forças, até quando surtei e quando dei um nó na nossa vida. Quando teu chão faltou, mais uma vez, estava lá eu, orgulhosa e confusa; e você foi tua própria base. Sozinho, você fez tudo por nós e nunca deixou de lutar. Se mudei, todo o pouco que mudei eu devo a você.
Posso ainda não ter dito, mas não muda o fato: Você salvou a minha vida, quando conseguiu me fazer acreditar que eu podia sentir de novo.
Por tudo que você é, e por tudo que você fez por nós, e pelo que eu sinto por você, mais uma vez eu vou repetir: Obrigada.

03 julho, 2008

Uma página qualquer:

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

20 junho, 2008

Re: "e que dia é o pagamento?"

É bom saber que está feliz, e que tudo anda dando certo por aí. Parabéns por estar de férias, aprovado, e pelo emprego. Quando recebi meu primeiro salário também comprei um tênis, dizem que o dinheiro do primeiro salário tem que ser gasto com futilidades desejadas há muito tempo. Sei lá, naquela época era um tênis, e o velho nem tava furado.
Ainda não encontrei aquele amigo, então se não dissesse, eu nem saberia sobre o disco. Não deve ser tão ruim assim, com certeza não é - obrigada. Por falar nisso, desculpa por não ter enviado a foto, devido ao silêncio achei que tivesse desistido; quanto a não escrever, podia até dizer que é mentira. Escrevi, escrevi muito, mas meu computador não me deu chance de postar antes de explodir (literalmente). Ainda não comprei um novo, e do velho nada se salvou, nem aquela minha pasta cheia de coisas suas.
Ah! Achei incrível você ter me dado um toque no celular exatamente no dia em que eu tinha colocado crédito, mas o fato do toque ser apenas um toque a cobrar e não uma ligação, serviu pra mostrar que tudo continua igual. E eu, sei lá porque, fiquei esperando o celular tocar de verdade (é, e esperei...). Não liguei de volta porque, admito, estou com raiva desde o dia em que vi aquela postagem no seu blog, que você acabou apagando. E embora eu ainda esteja com raiva, isso não diminui a falta que a sua presença me faz (concordo que é meio vergonhoso dizer, mas faz).
Também ando me exercitando, aquela corrida de 10km é nesse domingo, mas não sei se vou participar, por causa da gripe. Pois é, duas gripes em duas semanas. Tá fácil não, viu?
Quase não como mais carne, tô parando. Acredita? Não me peça pra explicar.
Estranho...agora me veio à cabeça que isso pode ter relação com as gripes. Enfim, o trabalho continua o mesmo, mas os dias parecem mais longos do que o normal, deve ser por causa do frio (ou não). De qualquer forma, preciso continuar trabalhando; um computador, mesmo no Paraguai, não é barato. Mas, sei lá, acho que quando tiver o dinheiro todo, não vou comprar um. Quase nem ligava ele nos últimos dias, acho que ele percebeu e me fez o favor de pegar fogo.
Além de não querer um computador novo, tambem não quero um tênis novo, nem blusas e nem um óculos. Quero conseguir respirar sem ter que fazer força, e sentir meu corpo mais estável. Como era...
No mais, meu cabelo continua igual e minha voz também. Confesso que tive preguiça de digitar tudo isso que tinha escrito a mão, te mandaria uma carta -cartas são bem mais reais- mas não tenho seu endereço. Já faz alguns dias que não sonho com você, mas também já faz alguns dias que não consigo dormir direito.
Não vou terminar com uma foto bonita, e nem vou dizer que estou feliz, mas me alegra saber que a vitamina C tem funcionado pra você. Eu sempre disse pra você comprar, né?
Admito que vejo seu orkut todos os dias, o blog também, e o fotolog. Certa de que quero estar longe, mas, dessa vez, sem conseguir não olhar pra trás.
É, talvez eles nunca vivam algo assim.

23 abril, 2008

Sobre a minha culpa

Acho que eu quis sumir e, por isso, fui desaparecendo aos poucos. Hoje, quando procuro, nem encontro mais aquela pessoa que era há um tempo atrás. Agora abro a janela do carro, danço com uma lata na mão e no outro dia, esqueço tudo (tento).
Dirá que antes mesmo de tocar a campainha já saí correndo, e que vou me arrepender, assim que tropeçar naquele buraco que fica próximo à esquina. Terá razão, e eu não terei nada.
O fato é que não escolhi isso, não decidi nada, apenas deixei as coisas acontecerem. Fui perdendo a cor, o brilho, o contraste...por fim, perdi a esperança. Fui te deixando de lado pra que você não desaparecesse junto comigo, pra que não ficasse transparente.
Assim, sempre que te olhar, vou conseguir enxergar aquilo que não sou, que não quis e que não tive coragem de viver. Não quero que tente mais, não perca tempo, você merece mais, muito mais. Me deixe aqui com o meu nó na garganta, as minhas mãos frias e a minha insuficiência.
Só preciso que acredite que planejei, senti, imaginei; e respirei fundo, fechei os olhos e cantei músicas que você não cantaria.
Desculpas não adiantariam, senão as daria a mim mesma.
Faltou samba no carnaval, então, alguma coisa ficou pra trás.